Escrito por Lucas Silveira
O maior inimigo dos atiradores – neófitos e experientes – é, de longe, o ego.
Convencer atiradores (ou proprietários de armas) que exercem essa atividade há anos a participar de um curso “nível 1”, ou seja, no qual damos ênfase em fundamentos e segurança, é um desafio hercúleo.
Existe a incorreta noção de que tratar dos fundamentos do tiro é algo para gente iniciante, que não tem experiência em armas. Grande bobagem!
Os fundamentos do tiro(ou a falta deles) são os únicos responsáveis por você acertar (ou errar) um disparo. Não importa quão avançado seja o seu treinamento. Se você não acertou o tiro, seu erro estava na execução de um deles.
A realidade é inexorável. Desde a sua avó até o mais experiente Navy Seal, todos precisamos concentrar esforços, em parte do nosso treinamento, pra reler, repensar e praticar os fundamentos do tiro.
Posição, empunhadura, visada, respiração, controle de gatilho e follow through. Cada um destes fundamentos mereceria um curso de 30 ou 40 horas, no mínimo, para ser tratado com o devido cuidado.
Entender o que é posição isósceles, weaver ou suas derivações não arranha a superfície do fundamento.
Acreditar que a empunhadura de uma pistola deva ser feita com os polegares à frente, ou que você deva fazer aquele super sexy “C Clamp” na carabina que você viu no canal mais legal do Instagram é tão raso quando imaginar que alinhar o dispositivo de pontaria com o alvo é suficiente para acertá-lo.
Os fundamentos não são os fundamentos porque são o básico. Eles o são porque são fundamentais para a prática do tiro, constituindo-se, portanto, a parte mais importante dele.