O Brasil passa por um período de recuperação no número de cidadãos armados e, por consequência, temos acesso a uma infinidade de materiais de treinamento feitos por profissionais, por instruendos ou por curiosos autodidatas.
Apesar do efeito positivo na popularização do uso das armas, o senso comum relacionado ao tiro encontra terreno fértil na internet. Alunos e professores repetem movimentos que parecem interessantes, super táticos, com óculos escuros, velcro, barbas, tatuagens e caras de mau, na maior parte das vezes sem entender nada do que estão fazendo. ou por que estão fazendo.
Um dos erros mais comuns no treinamento é a falha na comunicação. A comunicação é o elo que transforma um amontoado de pessoas em uma equipe. A comunicação pode ser a diferença entre a sua ação ser legalmente justificada ou excessiva. Uma palavra dita na hora correta pode salvar sua vida com tanta propriedade quanto um disparo bem efetuado.
Comunicar-se significa transmitir informação, o que pode ser feito de maneira verbal ou não verbal.
Para uma equipe bem treinada – que pode ser um grupo militar ou a sua família – rotinas pré-estabelecidas poupam esforços auditivos e de raciocínio, além de fornecerem algo encriptado para o inimigo. Não é nada inteligente gritar “pane”, “recarga”, “não sei onde ele está” ou “acabou a munição”, não é?
A comunicação não-verbal pode ser executada por gestos com as mãos – mais comum -, com a posição corporal, sinais luminosos, cadência de disparos e tudo mais que a criatividade permitir.
Tão importante quanto transformar esse aglomerado de pessoas em uma equipe por meio da comunicação, é oferecer as palavras certas para o inimigo e para suas vítimas reais ou potenciais. Essas pessoas vão ser chamadas a testemunhar, não se esqueça.
Quando o cenário é extremo, não se pode contar com o improviso. Se você tomar uma decisão nessas circunstâncias, a probabilidade de que ela não seja a melhor possível é enorme.
Quantas vezes você treinou como vai se comunicar com a testemunha que acabou de assistir você alvejar um assaltante?
Nullius in verba